“Depois
disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos”. Estende a tua mão e
coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” (Jo 20,27).
A fé
é uma virtude sobrenatural pela qual nos cremos firmemente em Deus e em tudo o
que Ele revelou. Nós não vimos jamais a
Deus, não vimos Jesus Cristo, não vemos a ação da Graça nos Sacramentos, não o
vemos na Eucaristia nas espécies do pão e do vinho; e mesmo assim temos a
certeza de que Deus existe. Que Jesus Cristo veio ao mundo, que a Graça age nos
Sacramentos, e que sob as aparências do pão e do vinho está Jesus Cristo por
inteiro. Eis o mérito da fé: crer naquilo que não se vê.
S. Tomé acredita porque vê com seus olhos,
mas o Senhor lhe diz: Tomé, acreditaste porque viste; mas eu te digo: Felizes
os que mesmo não vendo acreditam. Com
estas palavras Nosso Senhor Jesus Cristo chamou felizes não já aos Apóstolos
que o viram, não a Madalena que ouviu a sua voz, não às multidões que viram os
seus milagres e as suas obras, a sua Ressurreição e Ascenção; mas chamou
felizes a todos nós e a todos aqueles que como nós acreditam n’Ele, em suas
obras, em seus milagres, em sua morte, em sua Ressurreição, sem jamais nada ter
visto!
Mas não é suficiente apenas
crer: é preciso que a fé seja acompanhada pelas obras. Devemos agir em tudo e conforme os
ensinamentos da fé. A fé sem as obras, diz São Paulo, é morta. Quando as obras
correspondem à fé, ou seja, quando nós agimos segundo aquilo que cremos, então
a nossa fé é viva, cresce e se fortalece. A fé é como uma arvore que precisa de
cultivo para produzir frutos. Nós devemos nutrir a nossa fé com a oração, que
ilumina no meio da noite deste mundo, e nos faz ver as verdades eternas. Cada
arvore deve alimentar-se. E nos devemos alimentar a nossa fé com a água da
graça, isto é, com os santos sacramentos que nos dão a graça que como chuva
suave lava as manchas de nosso espirito.
Santo Aníbal M. Di Francia.
Vol. 10 cap. 8 file 1786
